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Filipe Rocha de Oliveira, Advogado
Filipe Rocha de Oliveira
Comentário · há 5 anos
Prezado Doutor Raphael,

Antes de tudo, é sempre um imenso prazer interagir com o Doutor, a quem tenho como amigo e sei que és um exemplo de pessoa e de jurista.

Entendo que o cerne de sua argumentação é precisa e verídica, eu mesmo ja alertava para tal situação há mais de três anos, se houver interesse dê uma lida:

https://filiperocha.jusbrasil.com.br/artigos/343102851/o-vigor-do-estado-de-direito-no-brasil-esta-dependente-de-sergio-moroeistoeum-retrocesso-institucional

Encontro a mesma perspectiva que sua argumentação permite se estender.

Entretanto, não concordo quando o Doutor como premissa para tudo, entende como verídicas mensagens atribuídas por um militante de esquerda, algo inegável, e que a única certeza que nós temos é que vieram de hackers com ligação estreita com a elite progressista mundial.

Ainda assim, com todas as venias, se existe uma categoria que não deveria se escandalizar, mesmo considerando as mensagens verdadeiras, somos nós os advogados.

Sabemos que tal comunicação existe, e que corrupção é algo bem diferente. Embora possamos verificar condutas antiéticas, ao meu ver, não existiu corrupção, essa palavra é muito forte, e possui sentido específico no
Código Penal, o que considero demasiado ofensivo para algo que não passam de comunicações de uma força tarefa que tem como missão cumprir a lei. Ao Juiz, sempre foi permitido pedir diligências e produção de provas, tanto para promotoria, tanto para advogados.

Discordar do comportamento, entender que em alguns momentos houveram condutas que possam ser reprováveis do ponto de vista ético, eu concordo. Entendo também que as prisões temporárias que viraram condenações antecipadas para muitos empreiteiros foi arbitrária, entretanto, todas fora, mantidas pelo STF, mas eu continuo não concordando com a elasticidade dessas prisões.

Mas não enxergo nesses excessos ou comportamentos antiéticos nenhuma corrupção, pelo fato material que são as provas, os grampos, as planilhas, ou os bilhões repatriados, e que nós operadores do Direito vimos todas as instâncias referendar em um processo que foi alvo de escrutínio público.

Agora, vai ser curioso assistir Gilmar Mendes, que é um militante contra Sergio Moro e a Lava jato, falar acerca de decidir com imparcialidade. Pena que não haverá ninguém para dialogar com os fatos, dizendo para o Excelentíssimo Ministro, as verdades que ululam acerca de seu comportamento e suas atividades, sem a necessidade de vazamento criminoso para se aferir a veracidade.

Assim, como concordamos em quase tudo, gostaria apenas de deixar esse aparte para que o Doutor considere se assim lhe aprouver.

Forte abraço meu amigo!
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